sábado, 31 de maio de 2008

bons genes há-os em todos os quadrantes, mas são os maus que fazem a diferença



Quadrantes

Rosmaninho cheiroso tremendo
Ao vento impetuoso resistes
És dos rasteiros e vais sofrendo
Contra regras ancestrais insistes

Giestas, xaras, fetos, e daninhas
D’encontro em conflito a elas vais
Como se não bastasse as modinhas
Ainda te arrastam p’rós arraiais

Nas procissões, pisadelas levas
Com homem vaidoso, na orelha
Competes na cozinha com as ervas
E com a caçada fazes parelha

No MARVÃO puro e imponente
Suas lindas paisagens azulecem
Teu frondoso aroma está presente
Até naqueles que te esquecem

Quem cá de dia ou de noite
Abra, feche ou cerre os olhos
A murro, pontapé ou a açoite
(P’ra mim és e serás sempre)
Rosmaninho aos molhos


Diferenças


O Chibo c’os cornos ao sol
O Gato desperta avareza
Grita no arvoredo o Rouxinol
O Burro passeia sua nobreza

O Ouriço à espera está
Que o vento dê um abanão
Se não apostas no “cá cá”
Para onde caminhas MARVÃO

A Toupeira apesar de cega
Escondida pelo chão anda
Não dá mão a quem a pega
Mas é,
quem nas entranhas manda

Roubando o nobre semeador
De horta em horta vagueia
Anda mirrado o agricultor
Com quem lhe saca o que semeia

Trigo roxo, trigo estio
Milho regado e sachado
Anda o sol doentio
Com maleita e acamado

A Lua também torta marcha
P’rá direita e p’rá esquerda
A tiros de lápis e borracha
(P’ra ti fazes e farás sempre?)
Porcaria, caca, trampa e merda


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